quinta-feira, 23 de setembro de 2021

TEXTO 18/2021 / NÃO MAIS MULHERES DE ATENAS


 

 TEXT0 18/2021

 

 

 

 

Não mais mulheres de Atenas...

Isabel Cristina Silva Vargas

 

As mulheres do início do século passado, ainda eram mulheres tolhidas de exercerem sua cidadania.

 

Foram autorizadas à votarem em 1932, depois de 40 anos pleiteando tal direito.

 

Os trabalhos eram mais limitados, pois a mentalidade à época não era favorável ao trabalho feminino. Faziam trabalhos domésticos, artesanais, e as que podiam trabalhar tinham como profissão tacitamente aceita, ser professora.

 

Aquelas sem melhor grau de instrução trabalhavam como operárias de fábrica. O trabalho na área artística, musical e teatral era discriminado e as mulheres obrigadas a terem carteira sanitária como as prostitutas.

 

Naquela época as mulheres tinham mais filhos pois o uso de anticoncepcional não era política pública, o que dificultava o trabalho fora de casa. As famílias eram maiores, as mulheres ficavam com a responsabilidade de procriar e educar a prole.

 

Hoje, outro século, as mulheres obtiveram grande avanço pois existe, desde a segunda metade século passado a obrigatoriedade de manutenção dos filhos na escola, tanto meninos como meninas, sob pena de intervenção do conselho tutelar pelo abandono escolar.

 

Existe conscientização da necessidade de estudo como condição primordial para galgar novos patamares na sociedade sendo o estudo e o trabalho a condição mais legítima de ascensão social. Claro que isso na sociedade ocidental, onde, felizmente a mulher pode optar pela profissão que desejar.

 

Há uma infinita possibilidade das mulheres se instruírem, quer na escola pública, quanto nas particulares.Quem não consegue estudar em tempo regular o governo possibilita nas escolas públicas o EJA- Ensino de jovens e adultos para os que estão fora da idade regulamentar para o ensino Fundamental e o ENCCEJA que é um exame para certificação de competências para o ensino de jovens e adultos que possibilita homens e mulheres a obterem a certificação para entrarem em uma faculdade.

 

Podemos destacar os créditos e bolsas disponibilizados para o ingresso nas faculdades privadas também para homens e mulheres se capacitarem para o trabalho.

 

Podemos destacar o programa criado no Ministério do Trabalho, hoje Ministério da Economia para o menor aprendiz se inserir no mercado de trabalho com o incremento de jovens portadores de deficiência e cuja idade foi ampliada para jovens não menores.

 

Podemos afirmar que embora existam famílias carentes, desigualdades sociais, em decorrência de situação geográfica, financeira, e as interferências de ocorrências imprevisíveis, como a pandemia, os motivos que outrora existiam e impediam as mulheres de estudarem, de crescerem como cidadãs livres e respeitadas, de ascenderem socialmente e desempenharem com eficiência e respeito as mais altas posições na esfera econômica social não têm mais a mesma relevância.

 

Às mulheres estão em todos os postos imagináveis no mercado de trabalho, no magistério superior, nas reitorias, na política, na magistratura, na advocacia e nas múltiplas profissões liberais existentes como médicas, dentistas, engenheiras, arquitetas, biólogas, nas plataformas em alto mar, e nas várias profissões técnicas de nível médio, de grande valia e relevância social.

 

Lembremos, também, de outras tantas que são empreendedoras e trabalham tanto quanto os homens como autônoma, microempresárias para se sustentarem bem como à sua família.

 

Não podemos deixar de salientar que mesmo sendo eficientes, nas empresas privadas, na mesma função ganham salários inferiores aos dos homens.

 

No serviço público, cujos servidores ingressam por meio de concurso público, não existe esta disparidade em decorrência de sexo pois tal é proibido por lei.

 

Apesar de tudo isso, as mulheres ainda morrem vítimas de feminicídio, porque muitos homens ainda as consideram como objeto, como propriedade sua, embora tenha a Lei Maria da Penha para protegê-las, mas este é outro assunto a ser tratado.

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