quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

CARTA ABERTA AOS EMBAIXADORES DA PAZ

Caros Embaixadores da Paz, meus ilustres Pares;
Talvez que as ruínas em que, aos poucos, se transformou a Sociedade - à semelhança do que aconteceu com as diversas fases porque passou a civilização - sejam o caminho para a
transformação que se pretende; o caminho para a regeneração e para a paz global e no interior dos homens.
Mas não há paz sem sentido de justiça, nem há justiça sem que um sentimento de solidariedade nos assole a alma, elevando-a aos altos patamares que Deus previu para ela.
Considero, por isso, que cabe aos que foram educados e ensinados a pensar com a sua própria cabeça, aos homens de letras e de carácter,  os que, porventura, hajam merecido ganhar junto dos seus públicos, o crédito que os torna lideres de opinião, a missão da defesa destes ideais maiores da sociedade civilizada.
Enquanto assumidos paladinos dos mais débeis e desprotegidos, devemos ter no horizonte como meta primeira, a persecução de acções que nos fazem servidores destas nomeadas e nobres causas e, assim,  definitivamente estaremos  a colocar-nos ao serviço da paz.
E, meus ilustres pares de nobres ideais, não se deixem jamais vencer pelo pensamento negativo que tantas vezes nos assalta a todos; o de que é fraco o préstimo da vossa escrita, porque, como se diz no meu país; “água mole em pedra dura tanto dá até que a fura”. E a força das palavras escritas com convicção é grande, podem crer.
O pior que nos pode acontecer será sempre o de cairmos no “pecado” da omissão.
Que esse pecado não nos caiba!
Estamos nos primeiros meses do décimo sétimo ano do milénio terceiro da era Cristã. Nos primeiros anos deste século, ao invés de assistirmos a um crescendo em matéria de melhoria das condições de vida dos povos do mundo, assistimos, isso sim, à inversão dos
valores morais que a tal deviam conduzir. Acresce, que neste período tivemos a lamentar inúmeras tragédias registadas um pouco por todo o globo, com o seu cortejo de horrores, sempre mais nefastos para os mais humildes, os que menos têm para poderem “levantar-se do chão”.
São às centenas os milhões que sofrem as muitas iniquidades que contra eles são perpetradas, directa e intencionalmente,  ou por criminosas incúrias e omissões. Por eles, temos de esgrimir a nossa denúncia e torná-la eficaz na condenação dos culpados, sejam eles os grandes senhores da alta finança, sejam aqueles que em nome de um deus a que chamam “seu” levam a cabo acções inomináveis contra o seu semelhante. E não é nos salões mais ou menos fechados à comunicação e frequentados por figuras de duvidosa convicção, a respeito dos enunciados valores. que a paz pode ser defendida.
Qualquer acção aí desencadeada estaria, de ordinário, condenada ao insucesso porque a maioria dos presentes não estaria disponível para contrariar os seus próprios interesses. Ao contrário; é tornando pública essa denúncia que melhor defendemos o supremo ideal da paz. E, se o fizermos com objectividade e talento literário, maiores serão os resultados da mensagem que queremos fazer passar.

                                                    EUGÊNIO DE SÁ- EMBAIXADOR-PORTUGAL

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