sábado, 18 de fevereiro de 2017

TEXTO 24/2017/ OS MISTÉRIOS DA DUALIDADE FRAGILIDADE X FORÇA DA MULHER/PRIMEIRO LUGAR

 A mulher, esse mistério da natureza, nas civilizações antigas era desvalorizada frente aos homens. Aquelas que nasciam com qualquer problema eram sacrificadas no nascimento.



Ficava sempre atrás do homem, na posição hierárquica, em direitos. Igualdade, inconcebível.

Nem reconhecimento. Entretanto, cabia a ela muitas tarefas: cuidar do marido (serva) dos filhos, das plantações, da casa. Vivia subjugada. Demorou séculos para que passasse a ter direitos básicos, como acesso à educação, direito de voto, acesso ao mercado de trabalho, tudo às custas de muita luta, engajamento político, com o custo de muitas vidas.

Não se concebe preconceito, discriminação de nenhuma ordem, mas eles existem, apesar das mulheres terem conseguido respeito e acesso à várias profissões.

Atrevo-me a dizer que o caminho das mulheres, como da bela jovem da imagem é sobremaneira mais tortuoso que dos homens. Existe preconceito contra a beleza (se é bela deve ser burra), contra o comportamento (se é alegre, é fácil) contra o modo de vestir (se veste um tanto mais despojada está pedindo para ser estuprada) se é pobre (deve ser uma alpinista social) se mora na periferia (é favelada) se é rica, mesmo que essa riqueza seja fruto de trabalho honesto da família (é fútil, não se preocupa com as necessidades alheias). Enfim sempre ou, na maioria das vezes, recai sobre ela um julgamento como se as mulheres fossem sempre culpadas das mazelas que as atingem.

A mulher desempenha as mais variadas funções, sem haver restrição de carreira, antigamente, consideradas como essencialmente masculinas, como no exército, na aeronáutica, na marinha, no futebol, na mecânica, na construção civil, nas lutas de boxe.

Atualmente existem leis para manter a proporcionalidade feminina na política, em todas as esferas. A despeito de tudo isso, destes avanços as mulheres continuam sendo alvo de violência, tortura física, psicológica dentro de seus lares e assédio moral nos ambientes profissionais.

Infelizmente, sofrem discriminação mulheres de qualquer idade, de diferentes situações econômicas, e o pior não é raro encontrar mulheres com pensamento retrógrado que apoiam o posicionamento de homens que tratam a mulher como se fosse propriedade sua, determinando-lhes o que podem ou não fazer, como vestir, sob pena de sofrerem violência física.

Não esqueçamos daqueles que tratam a mulher com vulgaridade esquecendo-se que ela é portadora da tarefa mais sublime que é dar à luz a um ser.

O que passará no pensamento de uma mulher debaixo de uma vestimenta sofisticada, um chapéu elegante e de uma que veste um macacão e boné e trabalha na limpeza urbana?

Será muito diferente ou pelo fato de ser mulher isto as leva à uma linha de pensamento semelhante?

Quais os temores com relação ao futuro, filhos, família?

O que protege as mulheres hoje? O acesso à instrução, cultura, uma melhor qualidade de vida? Mas há tantas mulheres jovens morrendo no trânsito, nos assaltos (por serem mais frágeis).

Quem veste melhor tem mais portas abertas para galgar posições na sociedade? A competência não é mais importante?

Há quem diga que toda mulher é um mistério a ser decifrado.

Para uns é deusa, linda, inteligente, sedutora, para outros igualada a objeto de consumo, sem vontade própria, escrava dos desejos masculinos, objeto de luxúria, destituída de valor.

Amadas ou desvalorizadas ainda são mortas em nome do amor, mas quem ama não mata.

Por fim há aqueles que as comparam com bruxas, manipuladoras, sem conseguir desvendar sua alma, seus desejos. Bruxas por serem seres que sangram como animais, enfeitiçam os homens, trabalham, são muito delicadas em muitas situações e ainda carregam os filhos na barriga e são capazes de por eles darem a vida, esquecendo-se se si mesma.

São seres misteriosos ou não? Eu diria que esse mistério só pode ser compreendido pelo amor.


                                        Isabel C S Vargas

Pelotas/RS
19.02.2017



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